Diary Words

Não sei o que hei de dizer, a minha tarde passou. O tempo passou. Fiquei na mesma.

O mais certo é que o destino me mostrou que te tenha perdido para todo o sempre, perdi parte de mim, tenho uma ferida tão grande dentro do peito. Quem eu amo é feliz como me disse um dia, e eu, eu escrevo, e como todos os escritores, refugio-me no papel para ser feliz, mas será que sou? Tudo o que sou é desprezado, tudo o que tenho dentro de mim não é correspondido, tudo o que sempre imaginei são ilusões que tombam com o passar do tempo, dos anos.

O tempo passa. Pergunto-me como é possível amar no meio de tanto sofrimento. Amar em lágrimas, amar em sonhos perdidos, amar em verdades que tu não lês nos meus olhos que sempre tiveram apaixonados desde o primeiro dia por ti.

Finjo estar bem, mas não estou. Estou farto de fingir um sorriso para pensarem que não sofro.

Chega um ponto que parece que a vida acaba à nossa frente, porque quando se vive um amor verdadeiro, entregamos a nossa vida à outra metade. Os amores verdadeiros deviam ser sempre correspondidos, quem inventou o amor devia por essa condição, mas não pôs, e por isso eu sofro, tanto.

A vida não é só luz, também é escuridão, mas pode-se tornar no túnel mais escuro de todos, se esse amor não for correspondido.

Pergunto-me como é possível que eu possa sentir tanto amor, e tanta dor ao mesmo tempo mostrando que tudo será impossível. Eu acho que não merecia isto, porque nunca quis fazer nada de mal, nunca te traí, nunca irei trair.

Sei que não gostas de mim, quantas vezes tomei coragem para no fim ficar em lágrimas quando te disse que te amava? Custou tanto, mas tentei dizer-to e tu sempre me recusaste.

Como consigo reconstruir o que há em mim se és a minha casa? Estar sozinho não é problema, sempre estive, o problema é sentir toda a dor no meu coração.

Caio todos os dias e machuco-me, fico cheio de feridas, decerto nunca chegaste nem chegarás a saber. Mas o teu poder que deixaste em mim é tão grande que cura tudo à noite quando me vou deitar. Vivo assim todos os meus dias.

Parece que a vontade de desistir, não te ti, mas sim de mim é grande. A vida é assim, temos de reconhecer os nossos pontos fracos, e reconhecer que falhamos todos os dias.

Todos os dias pode ser a ultima volta num carrossel que me faz perder todos os minutos o tempo que gostava de passar contigo.

Não consigo contar as lágrimas que o meu coração pode suportar.

Queria assumir que estou errado sem estar, para deixar de sofrer. Mas nem isso posso. Estou perdido. Sem rumo, sabendo que nenhum texto pode mudar o que sou, um estúpido apaixonado não correspondido. Então para quê escrevi este texto sem nem o lês?